
Gostei!
loucuras numa vida a dois... ou melhor, a três... eheheh, a quatro!
temos um ciclídeo doente. Bastante doente até. Pobrezito: está tão inchado que mal consegue nadar. Fico triste quando o vejo todo desengonçado a tentar mexer-se.
Mas ao mesmo tempo é impressionante a energia que o animal tem, porque estando doente já há algumas semanas, está a resistir heroicamente.
Na verdade, mantemos a esperança de que ainda possa vir a recuperar, apesar de sabermos que tal é bastante improvável. É o natural sentimento de "enquanto há vida há esperança".
(Consola-nos saber que, se morrer, o nosso doente deixa descendência.)
Algures nas minhas (recentes) incursões de estudante, tive um professor que me levou a reflectir sobre a forma como está, actualmente, organizada a vida das pessoas na nossa sociedade.
Ora vejamos: repartimos, grosso modo, a vida em três partes (quase) estanques. Quando somos crianças, brincamos e estudamos. Quando adultos, trabalhamos. E quando idosos, descansamos.
E eu questiono-me se não seria mais inteligente, eficiente, e até mesmo feliz, se a nossa vida pudesse ser mais equilibrada ao longo de toda a sua duração.
Dando um exemplo prático: porque não podemos estudar durante a idade adulta (e aqui refiro-me a estudar mesmo, sem trabalhar em simultâneo – benefício que julgo só ser permitido a (alguns) professores)? Ou, segundo exemplo, porque não nos é permitido simplesmente decidir passar dois ou seis meses da nossa vida a descansar e a viajar, de vez em quando?
Esta reflexão conduz-me também aos nossos sistemas de segurança social e à forma como funcionam. Naturalmente, que perante a forma como temos a vida “organizada”, com frequência a ideia da postecipação da (ansiada) reforma é alvo de fortes críticas. É inevitável que tal aconteça. Mas creio que essa reacção se prende com o facto de muitos planearem as suas vidas para o “aí é que será mesmo bom”, “aí sim, poderão finalmente usufruir a vida!”.
No entanto, note-se que, por muito que não nos agrade a ideia, as pensões de reforma não foram concebidas para nos financiar o descanso merecido, mas sim para nos permitir ter qualidade de vida, quando já não pudermos exercer a nossa profissão com qualidade. O que pode, em boa verdade (e ainda bem que assim é), ocorrer aos 50, aos 60, aos 70, aos 80, aos 90, ou nunca! (Com naturalidade assistimos à opção que algumas pessoas fazem de trabalharem durante toda a vida e com gosto.)
Perante isto, estou em crer que a qualidade de vida e o descanso merecido devem ser vividos constantemente, em plena interacção com o trabalho com que contribuímos para a sociedade em que vivemos, para que seja o equilíbrio a comandar a nossa existência.