sexta-feira, fevereiro 02, 2007

1h15m

Foi o tempo que demorei a chegar a casa, utilizando os transportes públicos. Percurso que de carro, e à mesma hora, demora aproximadamente 30 minutos.

Sempre que regresso a casa utilizando os transportes públicos dou comigo a reflectir sobre o assunto.
Para fazer o percurso trabalho-casa, por exemplo, preciso de:
1. metro;
2. outra linha de metro;
3. comboio;
4. autocarro;
4 (alternativo). caminhada.
Ufa!

A parte do metro e do comboio, em condições de sorte, pode ser simpaticamente rápida. O caso já piora na fase final do percurso.
No caso de escolher a caminhada, esta dura cerca de 20 minutos (e sem “pastelar”). Note-se que eu até gosto bastante de caminhar, mas confesso que quando regresso a casa não tenho muita paciência, dado que me centro demasiado no objectivo de chegar. Para além de que metade do percurso é a subiiiiiir!
No caso de optar pelo autocarro, tenho normalmente um percurso altamente peculiar à minha espera. (Recordo a primeira vez que apanhei um dos autocarros... Perguntei na altura ao condutor: “Passa no bairro X?”. Ao que ele respondeu: “Passo, passo, mas pode-se sentar que ainda vai demorar”. Demorar!?... e de que maneira. Pensava nunca mais chegar! Demos a volta a toda a cidade antes de lá chegar.)
Efectivamente, para ambas as opções o tempo de percurso não difere muito. (Para contextualizar, o percurso comboio-casa demora, de carro, cerca de 3 minutos.)

Ora, isto faz-me sempre reflectir, porque eu, em boa verdade, gostava de me deslocar diariamente utilizando transportes públicos. Defendo isto em teoria: é mais ecológico, evita o trânsito, permite-me ler enquanto viajo... parecem só vantagens!
No entanto, actualmente, não tenho qualquer incentivo para viajar de transportes para a cidade. Demoro mais tempo, gasto mais (dado que não viajo sozinha de carro) e é ainda muito menos confortável em termos de horários. Isto porque se, por um lado, ao final da tarde há autocarros com muita frequência aqui para o bairro (ainda que dando uma imenso “passeio”), por outro lado, pela manhã os mesmos passam de 30 em 30 minutos, o que não augura nada de bom.

Eu entendo esta questão dos transportes como um ciclo vicioso. O pessoal não utiliza porque não tem incentivos; como não há mais procura, não aumenta a oferta; como a oferta não aumenta, o pessoal não frequenta;...
Parece-me que só pelo lado da oferta se pode quebrar este ciclo. Quando a oferta me aliciar, certamente que andarei muito mais de transportes públicos. Até lá vou-me rendendo ao comodismo, que tanto me incomoda.

É pena que no país não haja uma preocupação efectiva com este assunto. O ambiente agradecia e, em última instância, toda a sociedade ganhava!

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