domingo, agosto 12, 2007

Na noite do seu aniversário, cantei a Delgadina a canção completa e beijei-a por todo o corpo até ficar sem fôlego; a espinha dorsal, vértebra por vértebra, até às nádegas lânguidas, a zona lunar, a do seu coração inesgotável. À medida que a beijava aumentava o calor do seu corpo e exalava uma fragrância rústica. Ela respondeu-me com vibrações novas em cada polagada da sua pele, e em cada uma encontrei um calor diferente, um sabor próprio, um gemido novo, e toda ela ressoou por dentro como um harpejo e os seus bicos dos seios abriram-se em flor sem lhes tocar.
Gabriel Garcia Márquez, in Memória das minhas putas tristes

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