quarta-feira, junho 21, 2006

Hoje apetece-me recordar.

Recordar uma ida à Serra da Estrela muito especial. Foi num fim-de-semana há alguns anos atrás. Ficámos ‘acampados’ em Manteigas no centro paroquial, se bem me lembro. Entre sacos de cama e mochilas, dormimos no chão inclinado, o que fez com que a meio da noite houvesse pessoal ao fundo da sala, bem longe do ponto de partida.

Decidimos, então, que no sábado iríamos ao topo da Serra. Tudo bem, até porque esperávamos que houvesse autocarros a fazer o percurso, mas... surpresa! Afinal não havia, quer dizer, havia, mas não ao fim-de-semana. Então pensámos: ok, vamos a pé! E assim fomos, serra acima, começando por atalhos. Ao fim de poucos metros já avistávamos neve e pensámos que já não faltaria muito. Até porque nós só queríamos mesmo chegar à neve.

Mas afinal a neve era já muito pouca e só bem no topo da Serra. Andámos, andámos, andámos... atalhos... estrada... mais atalhos... mais estrada... 20 km até à Torre. Creio que demorámos umas seis horas a chegar lá acima.

Depois de algum ‘sku’ e alguns rabos, e não só, molhados, havia que regressar... ânimo! Faltavam então 20 km para baixo. Fazia-se noite e, por isso, os atalhos não eram muito aconselháveis. Houve quem começasse a fraquejar. Ainda se conseguiram algumas boleias para uns quantos. Mas éramos muitos! Outros, mais resistentes conseguiram fazer todo o percurso de regresso pelo seu próprio pé. Já de noite, andando no meio da estrada junto à linha branca que a divide, pois assim era mais fácil... com uma lanterna que havia que poupar, dado que a pilha poderia acabar a qualquer momento e, pelo menos, precisávamos de nos sinalizar sempre que avistávamos um carro.

A entrada em Manteigas foi triunfal. Mas os pés doíam como nunca haviam doído.
Foi durinho mas fantástico. Ficámos orgulhosos de nós!
Esta foi uma daquelas ‘aventuras’ que jamais vou esquecer.
Obrigada, amigos!

6 comentários:

Anónimo disse...

Bela descrição. Por momentos revivi esse fim-de-semana a cada situação que descreveste, onde afinal os 40km também me calharam.
Foi sem dúvida um fim-de-semana memorável, onde acrescento a viagem de autocarro entre a Guarda e Manteigas em que os habitantes locais transportavam no autocarro fardos de palha/erva, o regresso à Guarda e a ida ao telhado da Sé da Guarda…
Ganda fim-de-semana.

Faneca [de má raça] disse...

Nao sabia nada disto... ainda por cima está aqui um link para o meu blog... Parabéns e boa sorte... é que isto de dter um blog tem muito que se lhe diga...

Anónimo disse...

"A entrada em Manteigas foi triunfal. Mas os pés doíam como nunca haviam doído."... A Brigada do Reumático!!!!

Anónimo disse...

44 Km para ser mais preciso.
As minhas botas não esqueceram essa provação. Eu e o Pedro todos lixados e a Carlita a saltitar e a cantar como se nada fosse. Como é que eu poderia esquecer isso...
Ah... e uma bota(a minha) que voou(é assim q s escreve?) pelas bancadas abaixo e quase rachou a meio a viola do Rodrigo. Ha Ha. E o topo (telhado) da Sé?... :)

Anónimo disse...

Bem me parecia que tinham sido 44.
Quando escrevi o post fiquei na dúvida.
E os pormenores de que se lembram são o máximo!

Faneca [de má raça] disse...

Belos momentos que acabei de recordar... momentos onde tudo era perfeito... obrigada por existirem